domingo, 6 de abril de 2008


Por enquanto, preciso segurar esta tua mão – mesmo que não consiga inventar tua boca, teus olhos e teu rosto.
Mas embora decepada, esta mão não me assusta.
A invenção dela vem de tal idéia de amor como se a mão realmente estivesse ligada à um corpo que, se não vejo, é por incapacidade de amar mais.
Não estou á altura de imaginar uma pessoa inteira, porquê não sou uma pessoa inteira.
E como imaginar um rosto, se eu não sei de que expressão de rosto preciso?
Logo que puder dispensar tua mão quente, irei sozinha e com horror."

- Clarisse Lispector -

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