segunda-feira, 16 de maio de 2011







Eu e você nesse encontro esporádico de emoções. Os desconhecidos mais íntimos que nunca souberam. Todas as vezes que conti o riso hoje foi para não transparecer minha agonia de te olhar tão longe. Todas as vezes que demonstrei desisteresse foi para não expressar a angústia de ouvir sua voz tão apática não chamar minha atenção. Hoje, eu não encontrei no seu olhar a doçura de me ver. Tão esquivo, tão vazio. Hoje, eu encontrei a desesperança dos esquecidos e a despedida dos desiludidos. Ontem, você me mostrou que não há mais espaço para meus erros e minhas ilusões. Ontem, eu entendi que eu já não estou no fundo do seu olhar perdido, nem nas suas repentinas recordações diárias. Ontem, eu vi meu espaço se fechar por entre sorrisos de recomeços. Ontem, eu assisti você partir. Hoje, fecho os olhos para não ver o vazio. Mas percebo. Volta.




Beatriz Cavadas

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